A erncarnação do Leviatã

Este estudo constata que na estrutura da Igreja Adventista do 7º Dia não aconteceu a encarnação do Evangelho, mas a encarnação do Leviatã, a forma monstruosa do poder político. Organizou-se como um Estado moderno, o que a Igreja não é.

22/11/2012

6. ASSIM SE ENCONTRA A ORGANIZAÇÃO ADVENTISTA HOJE



Os escritórios da Associação Geral não têm aparência de Igreja

Queremos saber como se encontra hoje a organização adventista, que é uma burocracia representativa, uma cópia do Leviatã — a imagem hobbiana da máquina estatal que exerce o poder soberano. Leviatã próprio que os adventista criaram usando o modelo oferecido pela sociedade norte-americana. 

Mas, antes de dizer como está a organização adventista, repassemos suas principais características reveladas por nosso análise. 

O poder soberano, capaz de coordenar e agregar os membros em um corpo social único, é atribuído à Associação Geral, que o exerce através de uma máquina de administração centralizada, hierarquizada e burocratizada.

A IASD declara abertamente que sua forma de governo é a representativa. Mas, como costumam fazer as sociedades democráticas ocidentais, esconde que a função administrativa é burocrática. E faz isto para não deixar transparecer as contradições entre burocracia e representação política, e, principalmente, as discrepâncias destas com as bases cristãs.

Max Weber demonstrou que a burocracia é um “instrumento de dominação de primeira ordem”. A natureza ditatorial do poder burocrático esvazia o sistema representativo de seu sentido. Por isso, nenhuma forma de governo declara abertamente ser burocrática, mesmo que o seja. Os estados costumam ocultar a burocracia, sorrateiramente, atrás da democracia, e as igrejas, atrás de formas tradicionais de governo eclesiástico.

O fato de que a organização adventista é uma organização de dominação não pode aparecer, pois seria motivo de escândalo para uma comunidade que pensa estar unida por forças espirituais — Jesus Cristo, sua Palavra e a ação do Espírito Santo.
 
A IASD encobre o fato de ser uma cópia do Leviatã, apresentando uma versão teísta da organização (cujo antecedente é a arcaica “doutrina dos dois mundos”), na que afirma ter usado o mundo divino como modelo de organização. O exame dessa versão teísta revelou que ela está repleta de deslocamentos conceituais que geram confusões e equívocos. O perigo que ela representa é o seguinte: os adventistas podem imaginar a Deus quase identificado com o leviatã criado pela IASD.

Para criar seu leviatã, a IASD substituiu conceitos neotestamentários por conceitos políticos: substituiu servir por poder, fé por racionalismo, organização evangélica por organização de dominação, exigências de Jesus por normas administrativas, a matriz bíblica amor/solidariedade pela matriz poder/obediência, esta última própria do Estado.

A organização da IASD não responde positivamente à exigência de Jesus de que seus seguidores constituíssem uma nova relação social, fundada no conceito “servir”, resultante da renúncia do poder em favor do amor (Mat. 5.32-42; Mar. 10.42-45; João 13.34 e 35). E mais, subverte o conceito “servir”. É função da organização servir os membros da Igreja. Quando os membros da Igreja existem para servir e sustentar à organização, como acontece na IASD, ela se transforma em um monstro.

Também subverte a questão que Jesus considera primária e decisiva quando disse: “Buscai, em primeiro lugar, o reino de Deus...” (Mat. 6:33). Em vez de buscar o reino de Deus, a IASD buscou o Leviatã para constituir um reino de autoridades eclesiásticas. A ironia: em vez de ser porta-voz da nova relação social exigida por Jesus, a organização da IASD tornou-se porta-voz das relações de poder do Leviatã.

A forma de governo da IASD é ambígua e contraditória. Uma coisa é sua base no ideal do cristianismo; outra coisa são a forma e os mecanismos institucionais postos em ação para atingir esse ideal. Na realidade, o que a IASD fez foi erradicar e desvincular a forma e os mecanismos institucionais de suas bases cristãs, vinculando-os às bases da civilização ocidental, a fim de realizar-se de uma forma social homogênea com a sociedade ambiente de sua origem. 

Podemos resumir en uma frase o que a análise constatou: na forma de governo da IAS D não aconteceu a encarnação do Evangelio, mas a encarnação do Leviatã, a forma monstruosa do poder mundano.

Uma questão que não foi examinada e que fica em aberto, é a contaminação da IASD pela ideologia do capitalismo moderno, que seguramente ocorreu ao usar a sociedade norte-americana como modelo de organização. O exame desta questão revelará outros aspectos no quais a organização adventista subverte suas bases cristãs.


É possível enfrentar e derrotar o leviatã adventista?

Trata-se de uma tarefa muito difícil. Existem poderosos obstáculos que protegem o monstro. Vou mencionar os principais.



Obstáculos que protegem o leviatã


Primeiro obstáculo: a desburocratização é praticamente impossível. A burocracia possui fortes mecanismos de sobrevivência. Vejamos o que Max Weber (págs. 264 e 265) diz nesse sentido:
“Quando se estabelece plenamente, a burocracia está entre as estruturas sociais mais difíceis de destruir. A burocracia é o meio de transformar uma ‘ação comunitária’ em ‘ação societária’ racionalmente ordenada. Portanto, como instrumento de ‘socialização’ das relações de poder, a burocracia foi e é um instrumento de poder de primeira ordem — para quem controla o aparato burocrático.”
“Em igualdade das demais condições, uma ‘ação societária’ metodicamente ordenada e realizada, é superior a qualquer resistência de ‘massa’ ou mesmo de ‘ação comunitária’. E, onde a burocratização da administração foi completamente realizada, uma forma de relação de poder se estabelece de modo praticamente inabalável.”

Segundo obstáculo: um dos principais preconceitos dos adventistas é a subestimação do político. Formam comunidades que carecem de força política. Por isso, geram um vazio político que favorece a dominação das autoridades eclesiásticas. Porque a maioria dos pastores, obreiros e membros leigos foram criados e domesticados pelo leviatã adventista, eles não questionam a existência desse monstro. Por outro lado, a participação direta dos leigos no processo decisório é mais nas congregações locais e termina nas Associações.

E tal participação está regulamentada e é conduzida pelas autoridades eclesiásticas, o que evita qualquer deslize das engrenagens da máquina administrativa. Os outros níveis de administração são o reino dos mandarins, inatingível por membros leigos e pastores distritais.

Terceiro obstáculo: a propensão do leviatã adventista é a mesma do Estado: atomizar o corpo social em individualismo. E o indivíduo alienado, isolado é um ser enfraquecido. A pouca ou nenhuma participação efetiva das bases na administração da IASD favorece a continuidade do despotismo administrativo.

Quarto obstáculo: o “creio na organização da IASD” do voto batismal transformou a organização de dominação em artigo de fé. Nada é mais temível que isso, porque, se para o Estado a desobediência à lei é crime, para as autoridades eclesiásticas a desobediência é sacrilégio.

Quinto obstáculo: o ufanismo que faz a IASD apresentar-se como sendo a única Igreja verdadeira. (Todas as demais recebem o rótulo de “apostatadas”.) Disto, a maioria dos membros conclui que a forma de governo da IASD também é “a verdadeira” e se eximem de questionar o sistema. Mas a verdade é esta: nenhuma outra denominação cristã se afastou tanto dos padrões evangélicos ao constituir sua forma de governo como a IASD.

Sexto obstáculo: os meios de coerção. Vou dar um exemplo notável dos meios de coerção que, há muito tempo, dispõem as autoridades da IASD: o isolamento de Ellen G. White na Austrália — o lugar mais distante, no outro lado do mundo, que a Associação Geral encontrou em 1891 para mantê-la afastada do principal centro administrativo da IASD e de seus líderes. (Ver C. Mervyn Maxwell, História do Adventismo, 1982, pág. 265 e seguintes).

Os motivos de seu isolamento na Austrália foram estes: 1) ela combatia o excesso de centralização e o “poder régio” (poder despótico) que se arrogavam os dirigentes; e 2) sua autoridade carismática constituía a antítese da autoridade legal-racional, típica da burocracia moderna.

Ela não desejava ir para a Austrália. Era viúva e com 63 anos de idade. Mas foi. Não tinha outra saída, pois ela mesma tinha ensinado que Deus expressava Sua vontade através da Associação Geral. Em 1901, recém chegada de volta aos EUA, ela teve que enfrentar a Assembléia da Associação Geral em Battle Creek. Suas palavras revelam o clima que esperava encontrar: “Eu não desejava ir a Battle Creek. Temia que as cargas que eu teria de suportar me custassem a vida.” (Ver também General Conference Bulletin, 1901, pág. 43.) Nessa Assembléia, ela defendeu “uma reorganização” fundada “num princípio diferente” do poder régio — “o amor como o que Jesus nos revelou.”

Desde os começos, a IASD teve a tendência de desviar-se da “ordem evangélica” defendida pelos pioneiros. Declarações como as que se encontram nas páginas 319 a 327 de Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, indicam que Ellen G. White era contrária à administração autocrática. Recomenda que as decisões sejam tomadas em “comissões de conselho”. Defende a idéia de que os dirigentes deveriam agir como “conselheiros” e não como “autoridades”.

Eis um exemplo dos conselhos que dava aos dirigentes:

“Em vez de lutar para preparar regras e regulamentos estabelecidos, melhor seria estardes orando e submetendo a Cristo vossa vontade e vossos caminhos. Ele não Se agrada quando tornais difíceis as coisas que Ele faz fáceis. (...) O Senhor Jesus ama a Sua herança; e se os homens não pensarem ser sua especial prerrogativa prescrever regras para os seus companheiros de trabalho, mas aplicarem as regras de Cristo em sua vida seguindo-Lhe as lições, então cada um será exemplo, e não juiz.” (Idem, pág. 192.)
Conselhos desse tipo (há muitos em Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos) e seu isolamento na Austrália evidenciam que Ellen White tratou de domar o monstro que ela ajudou a criar, mas que não teve êxito. Seguir tais conselhos significava e ainda significa quebrar a espinha dorsal do leviatã que os dirigentes adventistas estavam alimentando — a elaboração de normas, indispensável ao exercício do poder burocrático.

Se nem Ellen G. White foi ouvida e poupada, imaginem os leitores o que pode acontecer com qualquer outra pessoa que ouse desafiar o leviatã adventista... Os auxiliares, os funcionários subalternos e os membros leigos sabem do que são capazes os meios de coerção desse monstro.

Sétimo obstáculo: para a elite administrativa dominante da IASD, Deus é uma abstração inacreditável, que funciona como uma espécie de caução inteiramente moral da subjetividade, sem presença e sem consistência de Deus. Essa elite acredita que a essência da ordem é divina e reduz Deus a essa essência. Dá a entender que essa essência divina se manifesta de forma concreta na máquina de administração, e que se ela (a elite dominante) não tomar conta da máquina de administração, a obra de Deus não se realizará.

Deus é afastado da organização adventista de outras maneiras. Uma delas consiste em abusar da doutrina cristã. Esta quer tomar a elite dominante a seu serviço. Mas é a elite dominante que toma a doutrina cristã a seu serviço. Essa elite segue o método dos fariseus: aparentemente zela pela doutrina, mas a manipula em proveito próprio com uma perspicácia sem limites. Ignora os mandamentos totais de Deus e frisa mandamentos menores, isolados, pois os mandamentos totais ameaçam gravemente seus interesses egoístas.

No fundo, essa elite não se interessa por Deus, mas pelo poder que pode exercer, pelo prestígio que obtém dos cargos que ocupa. Logo, não existe argumento bíblico ou testemunho de Ellen G. White capaz de persuadi-la a mudar seu comportamento.

Embora esse comportamento esteja longe de ser geral, ele desvenda uma discrepância entre o que os dirigentes adventistas são e o que aparentam ser. Dessa forma se enganam a si e aos outros, pois sua vontade de dominação em nada apresenta o que o Mestre é, e não serve para que os outros interpretem sua situação sempre de novo a partir de Jesus, obtendo também com isso sempre novos aspectos de sua pessoa que correspondam à estrutura do reino de Deus. 

No início do século XX, a burocratização da administração foi completamente realizada na IASD e uma forma de relação de poder, cujos fundamentos são burocracia e representação política, foi estabelecida de modo praticamente inabalável. Max Weber constatou que, dadas essas condições, o poder burocrático é praticamente indestrutível.

Esta constatação levanta a pergunta sobre o que os adventistas podem fazer para escapar do poder do leviatã que eles criaram. A resposta nos leva a encarar o problema propriamente político dos adventistas.

Que fazer?

Em O Contrato Social, J.-J. Rousseau se refere à dificuldade dos homens conceberem uma boa socialização. A dificuldade consiste em que os homens estão em um círculo: só conseguem conceber a sociedade através de uma sociedade preexistente. Geralmente na sociedade preexistente não há a preocupação com tudo o que o homem pode se tornar. Ali, “por toda parte o homem está agrilhoado”, corrompido, transformado em objeto, pensando em primeiro lugar em si mesmo, lutando a fim de se fazer reconhecer e dominar. Estando em um círculo, os homens não conseguem conceber uma sociedade para libertar, mas para sujeitar; posto que, para exisir, a sociedade depende dos costumes que estimula.

O mesmo acontece quando homens que estão em um círculo tratam de conceberem uma boa administração: somente conseguem concebê-la através de uma administração preexistente. Exemplo disso é a IASD. Sabemos que em seu começo, ela concebeu a administração através da administração preexistente do Estado norte-americano.

Adaptando ao nosso caso o que Rousseau tem em vista como a maneira de sair do círculo, temos o seguinte:  os adventistas conseguirão sair do círculo deixado de estar mais preocupados em justificar o que a sua administração é, e dedicando-se em buscar o que ela deveria ser.

Para tal, os adventistas deveriam ser conscientes dos fins e dos meios da ordem estabelecida, ou seja, precisam saber quem governa a IASD, como são recrutados os que a governam, como o poder é exercido, qual é a relação entre os que a governam e os governados. Apenas os adventistas esclarecidos, totalmente identificados com a obra de Cristo, não se deixarão enganar por insidiosas crenças; só eles poderão estabelecer uma administração coerente com o Evangelho e a natureza da Igreja.

Talvez chegue o dia em que surjam esses verdadeiros cristãos, e eles terminem se impondo sobre aqueles que não passam de escravos do Leviatã, a fim de recomeçar a administração da IASD sob nova forma.

Mas, os altos funcionários que administram a IASD (deveriam ser chamados propriamente os tiranos) não permitem que essa tomada de consciência e esse conhecimento ocorram. Com seus regulamentos (que são mantidos ocultos para os funcionários subalternos e os membros leigos), seu aparelho de disciplina eclesiástica, sua versão teísta da organização e a exploração de sua propaganda denominacional (que não têm relação com o Evangelho), preparam o tereno fértil para semear o dom de iludir: criam membros fanáticos, pouco esclarecidos, preconceituosos, que ignoram sua consciência cristã e subordinam seu julgamento às paixões partidárias.

O que torna o poder do leviatã adventista infinitamente perigoso não é o fato dele mandar, controlar, mas o fato de que pode tomar conta da IASD, de tornar o exercício do poder incoerente com a natureza da Igreja, e de privar seus membros de qualquer iniciativa, até do desejo de tomarem iniciativa. Max Weber (págs. 31, 32, 260 e seguintes) percebeu que as ordens e proibições das organizações autoritárias deixam os indivíduos, sujeitos a elas, incapazes de autodireção.


Também percebeu a eficiência grandiosa do homem livre, criado pelas associações voluntárias, nas quais o indivíduo tem que provar a sua igualdade com os outros, sua capacidade de decisão autônoma, seu bom senso e sua atitude responsável, em vez de sua capacidade para acatar as ordens de autoridade.


Portanto, os membros leigos da IASD estarão menos submetidos à dominação do monstro se formarem associações voluntárias, cujas atividades se realizem fora das instituições adventistas. Convêm lembrar o seguinte: a Igreja é, em tese, uma associação voluntária, e os seguidores de Cristo deveriam ser homens livres.


E os adventistas serão homens livres se seguem o conselho sempre oportuno do apóstolo Paulo: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" (Gálatas 5:1). E a escravidão só é possível ali onde se constrói uma máquina que tudo organiza em torno da noção de lei, de estatuto.


A grande ironia constatada na análise: a IASD, que deveria ser um agente da libertação em Jesus Cristo, transformou-se em uma máquina de dominação. 

Palavras finais


Obedecendo às mais absurdas ordens humanas, o homem moderno transformou este mundo em um imenso aparelho mecânico. Neste mundo artificial, a vida humana foi submetida às regras mecânicas implantadas por demagogos, tecnocratas e burocratas, tendo em vista o monetarismo, entre outros sistemas desumanizantes. Em consequência, temos as pessoas presas em mecanismos alienantes que elas mesmas criaram.

Estes mecanismos mergulham as pessoas na pior escravidão: a escravidão de seus desejos, de suas ambições, do luxo, da vaidade, das paixões, que levam cada indivíduo a pensar em primeiro lugar em si mesmo, a perseguir seus pretensos interesses, a multiplicar os prazeres, a lutar a fim de se fazer reconhecer e dominar. O estrago na sociedade e na Igreja é considerável: tais mecanismos de administração não ajudam às pessoas a se tornarem tudo o que poderiam ser no sentido humano e cristão, mas as corrompe.

De tanto ouvir os sofismas que a justificam, as pessoas não enxergam o que a má organização é, nem concebem uma boa administração. Nas más organizações religiosas, como nas más sociedades, os membros não passam de escravos que se destroem. Tornam-se cada vez mais fracos, cada vez mais divididos e preocupados, cada vez menos livres, e acabam acomodando-se a seus grilhões, dissimulando o que são, parecendo os cristãos que não são.

Neste estudo comprovamos que, obedecendo às mesmas absurdas ordens humanas, a IASD criou e desenvolveu seu próprio dispositivo mecânico de administração, isto é, seu próprio leviatã, inspirando-se na relojoaria do Estado moderno e das grandes corporações mercantilistas. A fim de justificar a ordem estabelecida e continuar existindo como aparelho mecânico de dominação, a IASD teve que descartar certos princípios evangélicos fundamentais e criar sua versão teísta da organização, apoiando-se em particularismos, mitos antigos e conceitos abstratos. Com os sofismas dessa versão teísta pretende se resguardar de objeções filosóficas, teológicas e sociológicas. Mas, com essa tentativa colhe efeito contrário ao pretendido.

Tendo em conta o constatado na análise e do fato de que a IASD se apresenta como “a única igreja verdadeira” se levantam as seguintes perguntas, que fazem parte do serviço dos cristãos à uma humanidade confusa: Será que a manifestação de Deus hoje se esgota no aparelho mecânico de dominação e nos particularismos teológicos e religiosos dessa denominação? Uma comunidade que se mantêm prisioneira no sistema alienante que ela mesma criou está em condições de falar do Cristo Libertador que a humanidade tanto necessita hoje? Como uma comunidade alienada e alienante pode ser considerada a encarnação da fraternidade mundial inaugurada pelo Senhor Jesus Cristo quando ele começou a derrubar as barreiras geográficas, étnicas e sociais, quando ele ensinou que o amor de Deus não é exclusivo, mas inclusivo, abrangente, e quando ele estabeleceu a Nova Aliança que engloba toda a humanidade?

Ponho o ponto final levantando a questão mais importante: A forma de governo da IASD, isto é, seu leviatã, seu dispositivo mecânico de administração, realmente corresponde à intenção de Jesus, ao que está posto definitivamente no Novo Testamento como fundamento da Igreja, da fé cristã?

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